Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Barco achado com corpos no Pará teria partido da Mauritânia em janeiro com 25 pessoas a bordo

Barco achado com corpos no Pará teria partido da Mauritânia em janeiro com 25 pessoas a bordo

O superintendente da Polícia Federal no Pará, delegado José Roberto Peres, informou nesta terça-feira, 16 que, ao menos 25 pessoas estavam na embarcação à deriva encontrada na região de Bragança, no último sábado, 13. Esse é o número de capas de chuva (23 verdes idênticas e duas amarelas) que estava no barco, de acordo com a perícia que está em andamento na embarcação, a qual deverá ser trazida para a capital paraense, depois de ter sido içada, ontem, no porto de Vila Castelo, em Bragança, no nordeste do Estado.
Segundo a PF, a embarcação deve ter saída da Mauritânia, na África, por volta do dia 17 de janeiro e percorreu cerca de 4.800 quilômetros até ser encontrada pelos pescadores paraenses. Este é o segundo caso de embarcação africana, perdida no mar e localizada em águas internacionais brasileiras. O primeiro caso, também procedente da Mauritânia, ocorreu em 2021, quando uma embarcação de pequeno porte foi localizada no Estado do Ceará com três corpos em decomposição no seu interior.
No caso do barco localizado no sábado na altura do distrito do Tamatateu, em Bragança, havia oito corpos e um novo foi encontrado bem perto de onde estava a embarcação. Mas a suspeita é que os náufragos seriam em número de 25 que fugiram da África, a partir da Mauritânia.
O superintendente José Roberto Peres disse que os corpos serão periciados até o próximo final de semana, com exames de arcada dentária e DNA, o que demora. Os trabalhos têm o apoio do protocolo internacional da Interpol, a polícia internacional.
Disse, ainda que a análise preliminar de documentos encontrados também indica que a embarcação partiu após o dia 17 de janeiro deste ano.
O trabalho da perícia nos corpos prosseguirá em Belém, enquanto que o barco e objetos são periciados em Bragança.
Indagado se já se saberia a causa das mortes, o policial disse que, possivelmente, as pessoas morreram de inanição, ou seja, de fome e sede em alto mar, o que será confirmado ou não pela necropsia.

Imagens: Reprodução